Shuhud (Beyrouth) titulo do trabalho que da nome a exposição de Cynthia Zahar, ( Shuhud é testemunha em árabe ).
Shuhud (Beyrouth) mergulha-nos no questionamento do território, a história e as memórias de testemunhos apagados pela demolição e reconstrução da cidade Beirute capital do Líbano. Um trabalho sociocultural que não descura toda a riqueza gráfica e artística. Reconhecemos o selvagem e espontâneo nos murais e riqueza das texturas através das estruturas envelhecidas pelo tempo e a guerra, quando confrontados com as fotografias.
Faz 18 anos que Cynthia vive as ruas, lojas e quarteirões mais escondidos de Beirute com a sua câmara, num trabalho de longa duração.
A história duma cidade inscrita nas texturas das paredes sobre forma de tags.
«No meu trabalho artístico e de cenarista de cinema, é ver como o conflito deixou a sua patine nos velhos muros desta cidade. Como é bela a escrita árabe e a expressão popular». Com o tempo toda esta pesquisa transformou-se num só trabalho de “memória” e reflexão.
Destes velhos edifícios que desaparecem, no meio da constante destruição e reconstrução de Beirute, que levam com eles magníficas mensagens, das coisas que comovem a Cynthia em Beirute, marcas que acabam por terminar numa camada de mensagens sobrepostas. Voltar a dar vida a estas marcas, conserva a sua função essencial, guardar e partilhar memorias.